Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

A síndrome dos ovários policísticos é uma desordem endócrina que se caracteriza por um conjunto de sinais, sintomas e critérios ultrassonográficos, sendo necessário pelo menos dois dos critérios abaixo para o diagnóstico da síndrome.

Oligo/anovulação, traduzida em forma de ciclos menstruais irregulares ou ausentes (amenorreia).
Sinais clínicos ou bioquímicos de hiperandrogenismo (ou seja, aumento dos níveis de hormônios masculinos), como acne, oleosidade da pele, alopecia, aumento de pelos em regiões tipicamente masculinas, chamado de hirsutismo (abdome, seios, pescoço, queixo, face).
Sinais ultrassonográficos de ovários policísticos: volume aumentado (acima de 10 cm³ em pelo menos um dos ovários), contagem de folículos antrais maior que 20 (entre 2 e 9 mm) em pelo menos um dos ovários, garantindo que não haja corpos lúteos, cistos ou folículos dominantes.

A SOP deve ser tratada, de maneira que os ciclos menstruais se regularizem e que os sintomas de hiperandrogenismo melhorem, pois isso normalmente é motivo de bastante incômodo pela paciente. É importante frisar que a Síndrome está associada muitas vezes com diabetes mellitus e pré-diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade. Então, como primeira linha de tratamento, devemos orientar modificações no estilo de vida, tais como: manter uma dieta balanceada, exercícios físicos, perda de peso e controle dessas doenças quando associadas.

A regularidade menstrual é mantida através do uso de pílulas anticoncepcionais combinadas de estrogênio e progesterona (preferencialmente, as progesteronas com ação mais anti-androgênica). Pacientes que passam longos períodos em amenorreia, ou seja, sem menstruar, podem apresentar hiperplasia endometrial, que é um fator de risco para câncer de endométrio. O uso da pílula garante uma proteção endometrial. O hirsutismo, quando acentuado, pode ser tratado com outros medicamentos, e com o uso de depilação a laser ou luz pulsada.

Como as pacientes com SOP apresentam anovolução, muitas apresentam também infertilidade por fator ovulatório. Por isso, quando desejarem gestar, podem acabar precisando de um tratamento com o uso de indutores da ovulação (seja para um coito programado, inseminação intra-uterina, ou mesmo uma fertilização in vitro quando existem outros fatores de infertilidade associados).